O município de Barra do Garças, M.T., realizou nos dias 13 e 14 de janeiro (quinta e sexta-feira), sua III Conferência Municipal de Saúde Mental. Foram formuladas propostas para os âmbitos municipal, estadual e nacional e eleitos 12 delegados para participar da etapa estadual.
De acordo com a Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Barra do Garças, Dinomar da Silva Cruz Mota, a Conferência de Saúde Mental é um processo muito importante por se tratar de um espaço estratégico de socialização e debate de propostas para melhorias no SUS. "Os desafios são escassez de recursos financeiros e de profissionais para estruturar as unidades. Realizar a conferência neste período atípico de enfrentamento à pandemia de Covid-19 foi complicado, mas as normas previstas pelo Ministério da Saúde foram respeitadas", esclarece.
Um aspecto positivo apresentado pelo psicólogo da Divisão de Atenção à Saúde Indígena do DSEI Xavante, Matheus Henrique Bou Maroun Cruz, foi a eleição de um trabalhador e quatro usuários A"uwe (autodenominação do povo Xavante) como delegados para a Conferência Estadual de Saúde Mental que ocorrerá nos dias 24,25 e 26 de março em Cuiabá. "Barra do Garças é um município muito importante para nós da Macro Leste. Possui uma população A"uwe da terra indígena de São Marcos e por ser um município de referência, também recebeu usuários indígenas do DSEI Xingu que apresentaram suas questões e propostas."
Antes da conferência, foi realizada uma assembleia com a participação da comunidade indígena Xavante e Xingu. "Considero um momento ímpar. A realização da Conferência é fundamental já que a saúde mental passa por um período crítico, de decisões estratégicas e necessidade de investimento na área. Vale ressaltar que uma das barreiras ao atendimento da população indígena continua sendo a discriminação que sofrem quando são atendidos fora do SasiSUS (Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS). E também não podemos aceitar, como cidadãos, o investimento público voltar-se para estratégias que representam retrocessos na luta antimanicomial e que não acolham a população indígena respeitando suas especificidades, como linguagem e espiritualidade", finaliza Matheus.
SERVIÇO: O QUE É DSEI
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) é a unidade gestora descentralizada do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Trata-se de um modelo de organização de serviços – orientado para um espaço etno-cultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado – que contempla um conjunto de atividades técnicas que se fundamentam em medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde. Além disso, promove a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias por meio de atividades administrativo-gerenciais necessárias à prestação da assistência, com base no Controle Social.
No Brasil, há 34 (trinta e quatro) DSEI divididos estrategicamente por critérios territoriais, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas, não obedecendo assim aos limites dos estados. Sua estrutura de atendimento conta com unidades básicas de saúde indígenas, Pólos-Base e as Casas de Apoio a Saúde Indígena (CASAI).
Fonte: Assessoria de Comunicacão CES-MT